RELATOS DE VIAGENS América do Sul




Deixamos aqui nossos relatos de viagens como colaboração à outros viajantes e para expressar o nosso “valeu” àqueles que relataram suas experiências na rede de internet, ajudando os aventureiros a planejar e viajar pela América do sul com mais informação e segurança.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

De La Paz a Corumbá pela estrada da morte.

La Paz é cheia de agradáveis surpresas urbanas. Atualmente é possível encontrar comida e hotéis muito baratos,  além do artesanato abundante concentrado nas Calles Linares e Sagárnaga, próximas a Plaza San Francisco que concentrava a população indígena no período colonial, enquanto os colonizadores ficavam concentrados em torno da Plaza de Armas, atual Plaza Murillo. Os fetos de lhama secos utilizados para cura e feitiçaria chamam a atenção em meio a variedade da feira.  Ficamos hospedados na Calle Illampu, no Hotel Berlina, US$ 65,00 o apartamento quádrulo, há uma quadra da  Sagárnaga.



A culinária além de barata, é bastante variada...  Em uma olhada rápida pelo centro você encontra restaurantes cubanos, árabes, asiáticos, italianos, etc. a preços excelentes.  Jantamos uma noite num restaurante asiático que servia comida indiana, tailandesa e japonesa. Dois combinados japoneses, uma refeição completa tailandesa a base de frutos do mar, uma porção de rolinhos primavera, mais missoshiros de entrada, shops e sucos. A conta: R$ 58,00.

Restaurante cubano na Sagárnaga

Chegamos em  La Paz dia 30 de janeiro em clima de final de viagem. Decidimos adiar nossa ida ao Salar de Uyuni para uma outra viagem e seguir direto para o Brasil, passando por Cochabamba, Santa Cruz de la Sierra e Corumbá, que seria a opção mais curta até em casa por estradas de asfalto.

A Plaza Murillo, palco das principais manifestações políticias e sociais de La Paz, contava com uma população de índios aymarás do cone sur da Bolívia, no dia 30, protestando contra a lei corta, uma carretera que atravessa Território Indígena Parque Nacional Isidoro Secure (TIPNIS), para ligar o norte à capital, além de reclamarem maior participação no debate em torno do empreendimento. Na noite seguinte não resistimos ao charme nostálgico dos coletivos bolivianos e pegamos um deles para a Plaza Morillo. O conflito havia cessado depois que o  presidente Evo Morales recebeu os líderes manifestantes em audiência pública.  Após saborear excelentes sorvetes  ainda assistimos a saída do presidente Evo Morales do palácio do governo, sorrindo e abanando discretamente. Passagem de ônibus: inacreditáveis  R$0,28.






No final de janeiro  acontece em La Paz uma feira de miniaturas em homenagem ao deus Ekenko, um deus da abundância, a quem os bolivianos oferecem pequenas miniaturas dos seus desejos materiais esperando recebê-los em tamanho real.  A feira de miniaturas é uma graça para o deleite das crianças grandes e pequenas. A casa de bonecas da Manoela, assim como as bonecas receberam um belo incremento...



 

1°/02/2012 - 38° Dia
La Paz/Cochabamba - 380 Km

02/02/2012 - 39° Dia
Cochabamba/Santa Cruz de La Sierra  - 450 Km

Saímos de La Paz no dia 1° de fevereiro. Fizemos a viagem à Cochabamba., 380 Km, em seis horas, sendo que uma delas gastamos para sair de La Paz e do seu trânsito caótico, além de nova passeata desta vez na Av. 16 de julho, a principal de La Paz.

De Cochabamba a Santa Cruz de La Sierra, no dia 2 de fevereiro,  foram 450 Km. percorridos em 7h e 30 minutos. Ambas as estradas são sinuosas, mal conservadas, mal sinalizadas e com muitos caminhões. A primeira tem características rochosas como as do altiplano e a segunda é ladeada por uma serra verdejante. Tanto Cochabamba como Santa Cruz de La Sierra são cidades bem desenvolvidas, limpas,  modernas, com transito organizado, muitas praças arborizadas, ruas bem sinalizadas, principalmente em Cochabamba. Lembra bem alguns bairros das capitais do sul do Brasil.

Desde La Paz, mas principalmente ao chegar em Santa Cruz de La Sierra, fomos colhendo informações sobre a nova estrada de asfalto que liga Santa Cruz de La Sierra à Corumbá no Brasil, a mesma do Trem da Morte, chamada de Bioceânica. Ligamos para a polícia carretera, fomos ao escritório de turismo de S C de La Sierra e a uma agência de turismo, além de conversar com um jornal local, afinal como diz a sabedoria popular  "notícia ruim chega depressa". Todos sem exceção nos disseram que a estrada não oferecia maiores perigos mas ninguém soube dizer ao certo quantos kilômetros de estrada de terra ainda estariam em obras.  A outra opção seria de Santa Cruz de La Sierra a Yacuíba, na fronteira com a Argentina, 550 km a mais até Florianópolis.

03/02/2012 - 40° Dia
Santa Cruz de La Sierra/Corumbá - 630 Km

Diante dos diversos obstáculos possíveis e narrativas  não muito animadoras lidas na internet, decidimos sair num horário de maior movimento  e criamos um pequeno amuleto: um casal de aymarás em miniatura, do típico artesanato altiplânico, colocados de cabeça para baixo e que seriam desvirados no Brasil, após percorrermos a estrada da morte sem sobressaltos. "No creo em brujas, pero..." Para os que pretendem percorrer este trecho, recomendamos o mesmo, sair de dia, em horário de maior tráfego e levar combustível extra.  A estrada é muito  deserta e sem recursos nas proximidades. O único posto de combustível depois da periferia de Santa Cruz é em San José de Chiquitos. O trecho não asfaltado é de uns 47 kilômetros, entre El Tinto e San José de Chiquitos. Ansiosos por concluir o trajeto mais perigoso da viagem, fizemos duas únicas paradas para abastecimento, uma das vezes do nosso próprio combustível reserva. A Kangoo não teve tempo de adaptar-se a rápida descida do altiplano e aumentou seu consumo de combustível nesse trecho voltando ao normal nos dias seguintes. Além disso a pilotagem foi de uma velocidade média 130 km/h no trecho de asfalto e 30 Km/h na estrada de terra.O asfalto é de concreto, super estável, quase sempre uma reta e super bem sinalizada, sem pontos de pedágio durante o percurso o que diminui a possibilidade dos golpes dos policiais.

Cansaço



Asfalto novo


Bem amigos, não precisaria dizer que cruzar a fronteira nos deixou ainda mais felizes com a viagem. Não há dúvidas de que melhor do que partir é poder voltar pra casa. Mas em meio a felicidade duas realidades saltam aos olhos e  ameaçam bastante a felicidade brasileira a médio longo prazo: a indiferença política diante do índio colaborando pra uma falta de identidade histórica dos brasileiros e o outro um aspecto econômico evidente de que  a "nossa moeda forte" é na verdade um custo de vida altíssimo para a população.

Aos que partem,
Suerte!
Carol

PS. O combustível para estrangeiros na Bolívia é tres vezes mais o preço que eles pagam e ainda assim fica  em torno de 15% mais barato que o nosso. Propina na saída de S C de La Sierra desta vez por causa da película, R$ 37,00.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lago Titica e fronteira do Peru com a Bolivia

26/01/2012 -  32° Dia
Cuzco / Puno - 463 Km

A viagem foi tranquila, mas quando se chega em Puno a única vontade que se tem é de ir embora o quanto antes desta cidade. Tirando o centro histórico, é uma cidade mal cuidada, suja e lamentavelmente pobre, com a maioria das construções inacabadas. Na chegada a cidade, estacionamos para consultar nossos mapas de Puno e um policial se aproximou do carro alegando que havíamos feito uma conversão "a direita" proibida, há uma quadra atrás, e tentou nos aplicar uma multa de  SOL$483. Nos fizemos de desentendidos, agradecemos a "informação" e prometemos ter mais cuidado. Insistiu, disse que na municipalidad seria este valor mas que poderíamos negociar com ele.  Por fim pedimos que nos desse a multa então que pagaríamos na municipalidad. Acabou desistindo da gente.  Conseguimos um hotel quatro estrelas por SOL$210 com garagem, o  La Casona, bem no centro, único bairro  razoável da cidade.  O El Buho próximo a Plaza de Armas é uma excelente  trattoria/pizzaria, com bom preço e opções vegetarianas mas só funciona a noite.


27/01/2012 - 33° Dia
Puno

Fomos ao porto nos informar sobre os passeios para o Lago Titicaca. Essa porção urbana do lago é horrível e cheira muito mal. É preciso perseverança. No porto há uma cooperativa de nativos. O serviço é bom e confiável. Contratamos um tour para o dia seguinte com saída às 8h20 para tres ilhas, Uros, Amantaní e Taquile,  por 2/3 do preço das agências. Somos uma família de quatro pessoas e isso faz uma bela diferença. O barco sempre possui algum guia de agência "pra pegar carona nas explicações". O tour incluía pouso na residência de uma família nativa na ilha de Amantaní. Contratamos uma garagem para deixar o carro em frente ao porto. A garagem é  de uma senhora dona de um locutório na esquina em frente ao acesso ao porto. Tudo ok para o dia seguinte, fizemos cambio e fomos descansar no hotel.


28/01/2012 - 34° Dia
Lago Titicaca/Ilhas dos Uros/Amantaní

Na saída do hotel, esquecemos o carro aberto entre carregar uma mala e outra e um "descuidista" nos levou uma mochila com um computador e uma máquina fotográfica. Pelo aspecto geral da cidade nem cogitamos ir a Polícia Turística com medo de sermos ainda mais achacados  e seguimos nossa programação.

Tirando o péssimo incidente o passeio pelo Titicaca vai se tornando mais agradável e a água mais limpa na medida que nos afastamos da cidade. O primeiro destino do barco são as Ilhas dos Uros, as famosas ilhas flutuantes do lago construídas com totora.

Os uros são um povo muito antigo do lago, anterior aos incas  e que desenvolveram a técnica das ilhas flutuantes para manter seu povo  e sua cultura mesmo com os diversos  povos que dominaram o lago em diversos períodos. A totora é sua principal matéria-prima, com ela os uros constroem suas ilhas que são reconstruídas pelos filhos a cada geração que se casa. Suas ilhas e seu modo de vida são muito singulares e vale muito a pena conhecer.


Peixes típicos do Titicaca, máx. 8 cm.

Comidas típicas dos uros, ovos e aves salgadas

Vista interna de uma habitação dos uros


fogão tradicional



embarcação de totora


De Uros o barco segue para  Amantaní para o almoço, passeio ao mirador, janta e pernoite. Amantaní fica há  4h de Puno, não há veículos na ilha e o idioma predominante é o quechua. Além do idioma a agricultura também segue as antigas tradições dos incas.







29/01/2012 - 35° Dia
Lago Titicaca/Taquile

Após o café da manhã, a embarcação sai de Amantaní às 8h com destino a ilha de Taquile, para passeio,  almoço e retorno a Puno. Para nós que vivemos numa ilha e creio que para a maioria dos brasileiros acostumados a belezas naturais e a cidades rurais, Amantaní e Taquile não reservam muitas surpresas. São ilhas com vocação rural e Taquile agrega uma vocação têxtil, mas sem nenhuma novidade em relação ao artesanato das demais regiões do Peru. O preço sempre depende de negociação. A gente das ilhas de Uros e Amantaní,  são muito receptivas e simpáticas aos visitantes e acredito que sejam seu maior patrimônio junto com suas tradições ancestrais. Em Amantaní é comum haver danças tradicionais onde o visitante é convidado a vestir-se com trajes locais. Amantaní e Taquile se destacam principalmente por terem  belas vistas do lago, além disso, fazendo calor, dá para arriscar um banho nas águas geladas do Titicaca,  com temperatura média de 9° e mais amena nas margens com pedras que aquecidas pelo sol ajudam a tornar a temperatura da água um pouco mais tolerável. Fez muito calor por volta do meio dia e Manoela foi a única que arriscou um banho.

Das  ilhas do lago, o que é realmente imperdível são as ilhas flutuantes dos uros. Sua singularidade e sua cultura bem preservada faz deles o povo do lago por excelência. O artesanato é belíssimo e você pode fazer passeios nas suas embarcações de totora.

Chegando a Puno pegamos nosso carro e seguimos  para dormir em Yunguyo, na fronteira com a Bolívia. A fronteira fica fechada  entre 19h e 8h da manhã. A cidade é pobríssima e há somente duas  hospedarias com camas razoáveis e banheiro privado, sendo que o Hostal Izabel é o melhor. SOL$ 55,00 para os quatro incluindo a garagem.

30/01/2012
Yunguyo / La Paz - 150 Km.

No lado peruano nos pediram propina. O "motivo" é sempre qualquer coisa absurda. Oferecemos cinco dólares e logo estávamos na Bolívia.. No lado boliviano, estacionamos junto a outros veículos e ainda de dentro do veículo pedimos informação para o policial da aduana que nos orientou sobre o tramite. Na volta o mesmo policial nos disse que estávamos estacionados em local proibido. Cara de pau. Depois de uma discussão chatinha ofereci cinco dólares e bem vindos a Bolívia. Os carros sem dúvida são mais visados porque é um objeto de luxo na Bolívia. A corrupção é grande.

Decidimos não ficar em Copacabana e seguir direto a La Paz. Nossa agenda já está apertada e os dois lados do lago são muito parecidos, mas o lado boliviano nos pareceu mais bonito. Infelizmente ficará para uma próxima. A mítica Isla del Sol,  de onde teria vindo o primeiro casal inca, Mamapacha e Mamatierra, fica a apenas 12 Km de barco de Copacabana. O lado boliviano é também mais barato.

A viagem para La Paz é belíssima, percorre-se uma península as vezes com o lago dos dois lados da  estrada, até  uma travessia de balsa, mas a chegada a La Paz via El Alto é caótica. As pessoas andam no meio das avenidas mais importantes, entre carros e vans lotadas que gritam seus destinos. As pessoas embarcam nas vans  no meio da rua. Vende-se de tudo em todos os cantos. O transito é travado. Medalha de ouro para o Pinho que sempre consegue driblar as dificuldades do trânsito e chegar ao nosso destino com a maior habilidade.

Copacabana


Balsa para La Paz

Últimos dias no Vale Sagrado dos Incas

25/01/2012 - 28° Dia
Vale de Urubamba/Morays

Entre as possibilidades de passeios na região, decidimos visitar os Morays, mais uma evidência inquestionável da grandiosidade do império inca. A manhã estava chuvosa, não há placas indicando o lugar depois do acesso principal, mas a visão daquela estrutura singular compensa, e muito,  "a busca". Os Morays são terrazas em formato circular que lembram um anfiteatro gigante e suas arquibancadas, possuem um perfeito sistema de irrigação onde a parte mais baixa, que é também o seu centro,  jamais acumula água.






Segundo os guias os Morays eram utilizados para estudos agrícolas dos incas, aprimoramento de sementes, bem como adaptação de sementes de clima quente para clima frio e vice-versa.  Além disso, com base na quantidade produzida  numa  porção de terrazas os incas calculavam a quantidade a ser cultivada nas diversas regiões do império para alimentar toda a população. Existe a hipótese de que as terrazas também eram cultivadas com terras de diferentes localidades do império numa tentativa de reproduzir os microclimas e regiões.  Existe a possibilidade de fazer o passeio a cavalo a partir da comunidade de Maras, há uns 10 km. dos Morays.


Vale de Urubamba/Pisac

Almoçamos em Pisac, ainda no Valle de Urubamba, e depois  fomos conhecer as suas ruínas no alto da montanha que protege a cidadezinha. Pisac também possui uma feira grande e bem atraente no centrinho. Pisac era uma cidade inca grandiosa com setores como os de Machupicchu, porém mais espalhados e não tão bem conservados atualmente por ter sido destruída pelos colonizadores espanhóis, o que não dispensa a visita pois há várias ruínas muito bem preservadas. Certamente os incas eram exímios caminhadores,  pela ocupação estratégica das montanhas, seu sobe e desce de escadas e suas sólidas construções nas encostas que sobrevivem até os dias de hoje apesar dos espanhóis. A noite nos surpreendeu entre as muralhas das ruínas. Os guardaparques se esqueceram de nós,  talvez por causa do mau tempo e das poucas pessoas que se aventuraram por ali nesse dia meio chuvoso. O final de tarde foi de estiagem e como ninguém nos mandou embora aproveitamos ao máximo nosso último dia de ruínas incas.





terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vale de Urubamba / Ollantaytambo - Ruínas Incas


24/01/2012 - 30° Dia
Ollantaytambo

O passeio às ruínas de Ollantaytambo está incluso no boleto turístico que se adquire em Cuzco. Além dos museus estão incluídos vários sítios arqueológicos em torno do Valle de Urubamba. O mais incrível de Ollantaytambo é o complexo sistema hidráulico desenvolvido pelos incas. Segundo os guias locais Ollanta serviu de sede administrativa para os incas. Algumas partes da cidade, como uma estação de águas, parecia ainda  inacabada quando da chegada dos espanhóis. Pela distribuição espacial a estação tinha uma parte destinada aos banhos individuais.












Antigo sistema hidráulico ainda utilizado na cidade

Vista geral da cidade com a feira e a rodoviária

cidade grandiosa

construção numa das montanhas: o emprego dado pelos incas ainda  é desconhecido

Estação de águas



Machupicchu / Machu Picchu

22/01/2012 - 28° Dia
Cuzco /Ollantaytambo - 80 km

Saímos de Cuzco no meio da manhã com destino a Ollantaytambo. No caminho passaríamos por Chinchero, há 30 km de Cuzco, para visitar uma feira indígena com preços mais atrativos que em Cuzco. As cholas pechincham muito e te chamam o tempo inteiro para oferecer seus produtos. Os preços inicialmente são os mesmos que em Cuzco mas depois de algumas negativas do cliente baixam até 40% o que compensa bastante a visita.

Ollantaytambo é a última cidade antes de Machupicchu onde se pode chegar de carro. Daí pra frente somente de trem ou a pé. Não há estrada de rodagem.  A cidadezinha é bem pequena, charmosinha e agradável mas e os preços em relação a Cuzco estão em torno de 30% mais caros. Encontramos um hotel pelo booking  por US$ 35 o apartamento duplo, Casa de Mama Cusco Valle, há menos de 10 minutos a pé da estação de trem (durante nossa estadia o wi-fi estava inoperante). É uma construção nova e agradável com boa vista para as montanhas a partir do primeiro andar, café da manhã, toalhas e lençóis novos e a cozinha fica a disposição dos hóspedes.

Saímos em busca de um mercado para comprar mantimentos para o dia seguinte em Machupicchu, já alertados de que qualquer coisa para comer e beber lá em cima é muito caro. Mais tarde jantamos e fizemos câmbio. O comércio e até mesmo algumas casas de câmbio ficam abertas até bem tarde para um domingo. É bom estar prevenido para o frio que faz a noite nestas cidades. Temperatura em torno de 10 a 15 graus porém a umidade faz com que a pareça menos.


23/01/12 - 29° Dia
Ollantaytambo/ Machupicchu Pueblo - aproximadamente 1h30min. de trem

Agendamos nosso desayuno para às 5h15 da manha. Chegamos na estação às 5h40min, meia  hora antes do embarque conforme orientação da Peru Rail, para pegar o trem das 6h10. A viagem é tranquila e agradável, margeando o Rio Urubamba, em meio a montanhas belíssimas e alguns picos nevados. O percurso somente pode ser feito de trem ou através da trilha inca, 40 km, 4 dias e 3 noites. A compra do ingresso deve ser feita antes de pegar o ônibus para Machupicchu. Em Machupicchu Pueblo os ingressos são vendidos no prédio do Ministério da Cultura, na praça, próximo a Municipalidad. A compra só pode ser feita com sólis ou Visa. É bom estar prevenido com sólis, caso o cartão esteja fora do ar para não perder a viagem. Os ingressos também podem ser adquiridos nas oficinas de turismo em Cuzco.



Águas Calientes (Machupicchu Pueblo)


O governo peruano através do Ministério da Cultura é quem administra o sítio arqueológico. Tudo é muito caro, da passagem do trem (US$ 70, ida e volta a mais barata), passando pelo ônibus até o topo da montanha onde está a cidade sagrada de Machupicchu (US$ 17, ida e volta), até os ingressos (US$ 50, a interia, US$ 25 estudante (somente com a carteira internacional de estudantes). Alguns serviços, como os ônibus e o trem são terceirizados e outros, como um hotel que fica na porta de entrada da cidade sagrada,   funcionam através de concessões temporárias.







Machupicchu/Machu Picchu

A cidade é realmente uma pérola arqueológica, no topo de uma montanha, rodeada por outras montanhas mais altas e belíssimas, que assim como a terra, o sol e a lua eram sagradas para os incas. Estima-se que vivam ali em torno de 500 pessoas. A principal teoria em torno da origem de Machupicchu é a de que era uma cidade sagrada para os incas. Seria uma cidade de peregrinação, onde rendiam homenagens aos seus deuses e realizavam estudos astronômicos entre outros.





Nao há nenhum vestígio da presença espanhola por aqui e  nenhum relato escrito sobre a cidade sagrada. A cidade se mantinha através do intercâmbio com Cuzco, a qual era abastecida de coca por Machupicchu. Os incas desconheciam a roda mas desenvolveram um eficiente sistema de estradas. Segundo os guias locais os incas  levavam dois dias para percorrer em caravanas os 120 km que a separavam de Cuzco. Já os "chasquis", mensageiros incas e exímios corredores, levavam 13 horas para fazer o mesmo percurso através de um rodízio que consistia em cada um percorrer 8 Km correndo. A cidade está perfeitamente organizada em setores como agricultura, oficinas, local onde entalhavam e cortavam as pedras, praças, área residencial, área de hospedagem, área de trocas,  etc. Os incas eram também exímios arquitetos.













A cidade possui vários templos sagrados e um relógio do sol bem acima, estrategicamente posicionado, próximo a maioria dos templos, de onde se tem uma vista de toda a cidade e acesso a praça central. Foram encontradas evidências de que a estrada que levava a Machupicchu foi propositalmente destruída e a cidade abandonada pouco a pouco, talvez na direção da cidade perdida de Vilcabamba, para onde também partiam trilhas e onde foram encontrados os últimos vestígios da civilização inca, na década de 1570.

Relógio do sol

Relógio do sol ao fundo










lhamas



Embora seja um museu a céu aberto e seu acesso caro, não há placas ou explicações no interior da cidade sagrada e o ingresso não dá direito a nenhum mapa o que dificulta bastante a ¨compreensão¨ da cidade sem a ajuda de um guia  (US$40 a US$60). Alguns guias fazem tours parcias com o visitante. É bom ficar atento ao mapa em forma de painel que fica na entrada da cidade sagrada e aos serviços oferecidos pelos guias e negociar. Vale a pena levar uma canga para tirar um cochilo em algum cantinho sossegado da cidade sagrada, entre uma caminhada e outra.

Notas de Rodapé
* Guarda-volumes SOL$ 5,00 (passando a catraca há outro SOL$ 3,00); Um frozen de limão mais uma cerveja pequena, SOL$ 24,00

Fotos de Rodapé